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VOCÊ SABIA? A sua existência deixa pegadas!



DEFINIÇÃO DE PEGADA ECOLÓGICA

É isso mesmo que você leu, nossa existência pode ter mais, ou menos, impactos sobre o meio ambiente. Podemos deixar pequenas, ou grandes, “pegadas” pela falta, ou não, de conscientização ambiental. O rastro de nossa existência é inevitável.


Mas afinal, o que é a pegada ecológica?

A pegada ecológica é um termo que se refere ao impacto ambiental de uma determinada atividade humana. Foi criado pelo ecologista Mathis Wackernagel e pelo professor William Rees na década de 1990.


Esse termo surgiu, após a proposta para utilização de uma ferramenta para medir o desenvolvimento sustentável, o Ecological Footprint Method, que no Brasil ficou conhecido como Pegada Ecológica. Assim, esse termo, utilizado como indicador de sustentabilidade, foi publicado, em 1996, por meio do livro Our Footprint Ecological e, desde então, frequentemente utilizado.


Essa nomenclatura teve ampla difusão e foi utilizada, durante muito tempo, para dimensionar o uso, pelo homem, dos recursos naturais do mundo. Ela calcula a área dos ecossistemas produtivos, fora de uma cidade, que é exigida para sustentar a vida. Ou seja, ela relaciona a quantidade de metros quadrados necessários para sustentar a vida de cada indivíduo no mundo. Mais do que isso, é a quantidade de hectares que uma pessoa necessita para produzir o que consome, os recursos naturais para produção de alimentos, de serviços e de produtos, em um ano.


Porém, esse termo já sofreu outras complementações e, hoje, utiliza-se o termo “Família das Pegadas” que é composta pela Pegada Ecológica, pela Pegada de Carbono e pela Pegada Hídrica. Com a inclusão desses termos há uma complementaridade que permite avaliar o uso do capital natural.

Logo, o termo relaciona-se, intimamente, com o desenvolvimento sustentável, pois busca avaliar como os recursos naturais estão sendo utilizados pela humanidade.



COMO CALCULAR A MINHA PEGADA ECOLÓGICA?

Sendo assim, para o cálculo da Pegada de Carbono, quantifica-se os impactos para a produção de produtos, ou os impactos que foram acumulados ao longo da vida útil desse produto, sobre a atmosfera e valora-se os efeitos da utilização desses recursos sobre o clima. Para isso, consideram-se, principalmente, as emissões dos gases do efeito estufa (GEEs).


Já na Pegada Hídrica, será medido o impacto que as ações antrópicas geram nos recursos hídricos e há o monitoramento dos fluxos de água reais, e ocultos, das ações cotidianas. Com isso, calcula-se a quantidade, em litros, dos impactos causados na hidrosfera.


Para o cálculo da Pegada Ecológica, consideram-se as subpegadas – retenção de carbono, pastagem, floresta, pesca, áreas de cultivo e áreas construídas – que avaliam os impactos sobre a biofesra. Com isso, alguns fatores são considerados, como a quantidade e a origem dos alimentos consumidos, o tipo e a quantidade de energia utilizada nas residências, o tipo e a frequência de utilização dos transportes rodoviários, dos ferroviários e dos aéreos.


Dessa forma, diversas maneiras de avaliação dos impactos da pegada ecológica vêm sendo estudados e aprimorados. Atualmente, utiliza quatro categorias, com as suas respectivas pontuações, para calcular o tamanho da pegada ecológica, sendo:

UM planeta TERRA – até 23 pontos;

DOIS planetas TERRA – de 24 a 44 pontos;

TRÊS planetas TERRA – de 45 a 66 pontos; e de

QUATRO planetas TERRA – de 67 a 88 pontos.


Portanto, quanto maior for a pontuação da sua pegada, mais planetas, teoricamente, seriam necessários para manter os recursos naturais do planeta, caso o seu estilo de vida fosse adotado por todos.


O objetivo dessas metodologias é comparar a Pegada Ecológica com a capacidade regenerativa do planeta, isto é, sua biocapacidade. Dessa forma, tanto a Pegada Ecológica que tem como função representar a demanda por recursos renováveis, como a biocapacidade que representa a disponibilidade de recursos renováveis são expressas em unidades denominadas hectares globais (gha).


Logo, um hectare global representa a capacidade de produção de um hectare de terra. Para isso, considera-se a média mundial de produção. Tanto a hectare global como a hectare de terra medem dez mil metros quadrados.


A RELAÇÃO ENTRE BIOCAPACIDADE E PEGADA ECOLÓGICA?

A conexão dessas duas definições ocorre de modo direto, pois enquanto a biocapacidade representa a capacidade da terra em recuperar os recursos renováveis, a pegada ecológica é a quantidade de recursos em hectares globais utilizada por cada indivíduo.


Sendo assim, se a pegada ecológica mundial é maior que a biocapacidade, será necessário mais tempo para os recursos se renovarem, ou mais planetas para serem consumidos, o que é, por enquanto, humanamente impossível. Em função disso, coloca-se como parâmetro, nas metodologias desenvolvidas, que a biocapacidade será sempre representada, ou valorada, em UM PLANETA TERRA.


OVERSHOOT OU SOBRECARGA E A PEGADA ECOLÓGICA GLOBAL

Com isso, estudos realizados nos últimos anos, de 1961-2008, alertam para o fato da sobrecarga do planeta. Estima-se que, hoje, a biocapacidade do planeta é 50% acima do tempo de capacidade de regeneração dos recursos naturais. Ou seja, é necessário UMA TERRA E MEIA para se manter o atual estilo de vida global.


Dados compilados de 1961-2006 pela Global Footprint Network em 2010.

De acordo com os estudos realizados pela Global Footprint Network, a média mundial da pegada é de 2,7 hectares globais por pessoa, enquanto a biocapacidade disponível, para cada ser humano, é de, apenas, 1,8 hectare global.


Ou seja, faltam 0,9 hectares globais, por indivíduo, para que o planeta tenha condições de recuperar os seus recursos naturais. Logo, é necessário DOIS PLANETAS TERRA para mantermos os níveis de consumo atuais. Outras projeções apontam que, até 2050, se continuarmos nesse ritmo, serão necessárias MAIS DE DUAS TERRA E MEIA.


Portanto, cenários de falta de água, de falta de alimentos, de mudanças climáticas e de desequilíbrios da cadeia ecológica não são questões tão distantes da realidade da população mundial.


BRASIL E A SUA PEGADA ECOLÓGICA

No Brasil, o cenário se torna ainda mais preocupante, pois estima-se que a pegada ecológica nacional esteja em 2,9 hectares globais. Todavia, mesmo sendo o maior credor de biocapacidade, com 9 hectares globais per capita, a biocapacidade brasileira vem diminuindo com o passar dos anos, em virtude da degradação dos ecossistemas. Os principais contribuintes para a degradação dos ecossistemas são as queimadas das florestas, para instalação de pastagens, e o desmatamento ilegal para extração de madeira.



O QUE JÁ ESTAMOS FAZENDO PARA MUDAR ESSA REALIDADE?

Para que possamos recuperar a biocapacidade do planeta é necessário pararmos e repensarmos a forma de vida que levamos. É essencial revermos a forma como nos relacionamos com o meio ambiente, pois não basta apenas pararmos de destruir, é preciso investir recursos para a restauração da natureza, para que os serviços ecossistêmicos continuem existindo, na inclusão social, no comércio responsável e justo. Não sabe o que é serviço ecossistêmico, clique aqui que vamos te explicar!


Com base nisso, nossa propriedade desenvolve ações e busca parcerias para reduzir a nossa pegada ecológica e dos indivíduos que se relacionam conosco.

Para isso, buscamos, incessantemente, atingir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU).


Priorizamos o uso de energia renovável, a captação de água da chuva, o plantio de árvores nativas, o tratamento dos efluentes rurais, o bem-estar humano e animal, a prática da compostagem dos resíduos orgânicos, a reciclagem dos resíduos secos, a produção orgânica de alimentos entre tantas outras ações que podem ser acompanhadas em nosso site.


Pode parecer pouco, mas são as pequenas ações e hábitos que tem o poder de transformar realidades locais, regionais e globais.


O QUE VOCÊ PODE FAZER PARA DIMINUIR A SUA PEGADA ECOLÓGICA?

Você pode ser um indivíduo ativo nesse processo, porém, para isso, será necessário rever os seus hábitos e ver a sua realidade. O ideal seria, por exemplo, que você pudesse escolher meios de transporte mais sustentáveis, como bicicletas, transporte público ou veículos elétricos.


Todavia, falar disso, para a maior parte da população brasileira, pode parecer piada, pois o transporte público é sucateado e ineficiente. Então, pedir para que o brasileiro deixe o seu carro em casa para pegar o transporte público é, no mínimo, uma proposta indecente.


Ao pedir para que mais pessoas utilizem bicicletas, é colocar a vida desses indivíduos em risco, uma vez que as ciclovias, em sua grande maioria, conectam nada a lugar nenhum, são mal sinalizadas e falta educação no trânsito para que esses ciclistas sejam respeitados. Mas isso, já é assunto para um outro post.


Entretanto, fica evidente a necessidade do envolvimento dos indivíduos na cobrança de políticas públicas que fomentem a melhoria das ciclovias, do barateamento de carros mais ecológicos/sustentáveis, no melhoramento do transporte público para que pessoas deixem seus carros em casa, do investimento em malhas ferroviárias e do investimento em tratamento de efluentes e no subsídio de energias renováveis.


Assim, enquanto essas grandes ações não podem ser realizadas, você pode economizar água, desligar a luz e o ar-condicionado, quando sair dos ambientes, desligar os equipamentos eletrônicos que não estão sendo utilizados, rever a origem da sua alimentação, apoiar empresas locais, priorizar o consumo de alimentos orgânicos, reduzir o uso do carro, prestigiar a cultura local, plantar árvores, reciclar o seu lixo, repensar o seu consumo e participar, ativamente, das discussões sociais do seu bairro e país.


Para calcular a sua pegada ecológica, você pode acessar a calculadora desenvolvida pela Global Footprint Network. Aqui você poderá descobrir a sua pegada ecológica e o teu dia de sobrecarga global.

Se você quiser descobrir qual é a sua emissão de carbono no meio ambiente e como neutralizá-lo, por meio do plantio de árvores, acesse a calculadora desenvolvida pela Iniciativa Verde.


Caso tenha alguma dúvida, você pode deixar um comentário que responderemos o quanto antes!

Continue nos acompanhando! Até a próxima!



REFERÊNCIAS

INICIATIVA VERDE. Calculadora de CO2. Disponível em: https://iniciativaverde.org.br/calculadora Acesso em: 04-05-2023.


ODUM, Eugene P.; BARRET, Gary W. Fundamentos de ecologia. São Paulo. Cengage Learning, 2011. 612 p. il. color.


ONU, Organização das Nações Unidas. Indicadores Brasileiros para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – Agenda 2030. Disponível em: https://odsbrasil.gov.br/home/agenda Acesso em: 04-05-2023.


Global Footprint Network. Calculadora Pegada Ecológica. Disponível em: https://www.footprintcalculator.org/home/pt Acesso em: 04-05-2023.


Silva, Manoela Selau. Pegada Ecológica: uma análise dos colaboradores e familiares do Supermercado Selau em Santana do Livramento – RS. Fundação Universidade Federal do Pampa. Curso de Especialização em Gestão Estratégica de Pequenas e Médias Empresas. Disponível em: https://dspace.unipampa.edu.br//bitstream/riu/1865/1/Manoela%20Selau%20Silva.pdf Acesso em: 04-05-2023.


WWF Brasil, World Wildlife Fund. Pegada Ecológica Campo Grande. Disponível em: https://d3nehc6yl9qzo4.cloudfront.net/downloads/pegada_ecologica_campo_grande.pdf Acesso em: 04-05-2023.


WWF Brasil, World Wildlife Fund. Pegada ecológica global. Disponível em: https://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/especiais/pegada_ecologica/pegada_ecologica_global/ Acesso em: 04-05-2023.


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